Nos Tempos da Administração Científica
A virada do século XIX para o XX foi marcada por diversas
mudanças logísticas, trabalhistas e produtivas. A humanidade estava prestes a
dar os grandes passos, alguns positivos e outros negativos, que serviram de
base para o tempo presente.
Esse período também foi marcante dentro do âmbito empresarial,
não apenas pelas inovações tecnológicas, que facilitaram o desenvolvimento e
distribuição de bens, mas porque o ato de administrar passou a ser compreendido
como uma área do conhecimento.
Nesse artigo você vai aprender sobre a Administração
Cientifica, conhecer seus principais estudiosos e saber quem foram os negros que
participaram ativamente desse momento histórico.
Teoria da Administração Científica
Se trata de um conjunto de princípios de gestão apresentados
por volta de 1900, através dos estudos de Frederick W. Taylor, que buscava
estratégias para racionalizar o trabalho, combatendo o crescimento desordenado
das organizações e aumentando sua eficiência produtiva.
Seguindo o conceito de homo
economicus e a ideia de que gestores deveriam planejar e controlar,
enquanto funcionários deveriam apenas obedecer, Taylor propôs um sistema de
seleção, treinamento, motivação e supervisão, que visava a execução de tarefas
com precisão.
A Escola da Administração Científica ficou marcada pelo
estudo dos tempos e movimentos, que considerava a duração de uma atividade, os
passos empregados para realiza-la e a fadiga que isso provocava no trabalhador.
Essa análise permitia a mecanização dos processos, onde o operário fazia ações
padronizadas e cronometradas.
Outro teórico científico famoso foi o industrial Henry Ford,
que buscando um método produtivo racional, aprimorou o princípio da linha de
montagem, dando origem a uma das principais invenções do século XX, a produção
em massa. Seu objetivo era tornar o automóvel, até então produzido de maneira
artesanal e sob a demanda de uma classe rica, num produto popular.
A Ford Motor Co. foi fundada em 1903 e em dez anos se tornou
capaz de produzir 800 Modelos T por dia, um feito que além de massificar a
produção de automóveis, massificou seu número de usuários.
C.R. Patterson & Sons Company
Charles Richard Patterson nasceu em 1833, numa plantação, no
estado da Virgínia. Charles se libertou entre 1840 e 1861, indo se estabelecer
na cidade de Greenfield, no estado de Ohio, onde aprendeu o oficio de ferreiro
e adquiriu notoriedade entre os comerciantes de carruagens.
Em 1873, se tornou sócio de um empresário branco chamado J.P.
Lowe e juntos fizeram grande sucesso na construção de veículos com tração
equina. No ano de 1893, Patterson comprou a parte de Lowe e fundou a C.R.
Patterson & Sons Company, a primeira e única montadora de veículos terrestres fundada e gerida
por afro americanos.
A empresa desenvolveu 28 modelos de carruagens para uso
pessoal e profissional, sendo capaz de empregar algo por volta de 15
funcionários. Seu bom desempenho comercial tornou a família Patterson rica e
respeitada.
Charles morreu em 1910, deixando a empresa para seu filho
Frederick, um jovem estudioso e atleta talentoso, que logo deixou as charretes
de lado para entrar no mercado de automóveis. No início, a companhia trabalhava
apenas com reparos e melhorias, mas em 1915 montou seu primeiro carro, o
Patterson-Greenfield, com capacidade para cinco passageiros, custando US$
685,00.
A quem diga que o produto dos Pattersons era superior ao
Modelo T de Ford, mas C.R.
Patterson & Sons nunca foi capaz de produzir em larga escala. Estimasse
que a empresa produziu 150 veículos até 1918, quando abandou a produção e
voltou ao ramo dos reparos.
Em 1920, passou a produzir carrocerias para ônibus e
caminhões, se mantendo lucrativa até 1929, quando a Grande Depressão
comprometeu as vendas. Sob a direção dos filhos de Frederick, o negócio sobreviveu
até 1939, então faliu.
Não é um final feliz, mas organizações são como seres vivos,
elas nascem, vivem e morrem. Eu sei que a Ford ainda está ativa, mas a C.R.
Patterson foi fundada no século XIX, por um negro que fugiu da escravidão.
Charles superou todos os obstáculos, que a sociedade colocou no seu caminho, e
abriu a empresa que sustentou sua família por quatro décadas. Atualmente no
Brasil, a maioria das empresas não passa dos cinco anos.
Essa história reforça a ideia de que precisamos nos atentar
às tendências de mercado, adotar metodologias acadêmicas nos processos
empresariais e investir no desenvolvimento do negócio. Informação e
tecnologia são essências para o negócio, por isso estude e invista
o dinheiro no lugar certo.
Apesar da Administração Cientifica ter servido de base para
os princípios de gestão empresarial, muita coisa mudou. Funcionários não devem
ser tratados como máquinas, suas
opiniões devem ser consideradas e suas
necessidades precisam ser sanadas.
Mais do que planejar e controlar atividades, os líderes
precisam ser responsáveis pelo desenvolvimento e satisfação das equipes de
trabalho. A prioridade dos negócios não deve ser o processo, deve ser o fator
humano, porque sem
pessoas não existem empresas.
Gostou de saber sobre as origens da Administração? A história
de Patterson te inspirou? Me diz nos comentários e segue as páginas do blog no FACEBOOK ou LINKEDIN, isso
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